Mesmo sem salário e cota parlamentar, Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seguem com equipes mantidas pela Casa e acumulando gastos. Mandatos só devem ser encerrados por falta em plenário, previsto para 2026

Pelas regras da Casa, cada deputado pode contratar até 25 funcionários, com orçamento mensal de R$ 133.170,54 para salários. Somados, os três parlamentares empregam 27 servidores, o que representa cerca de R$ 400 mil por mês, uma estrutura ativa mesmo com seus titulares afastados da rotina legislativa ou presos.
Carla Zambelli, condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão pelo envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, permanece detida na penitenciária feminina de Rebibbia, na Itália. A parlamentar é acusada de financiar o hacker Walter Delgatti Neto, responsável por acessar ilegalmente o CNJ e gerar um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Após deixar o Brasil, Zambelli foi detida pela polícia italiana, e seu processo de extradição segue em análise, com parecer favorável do Ministério Público italiano.
A situação de Alexandre Ramagem também é grave. Em setembro, ele foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por participação em uma trama golpista. Seu último contracheque na Câmara, de setembro, registrou R$ 46.366,19. Mesmo após a condenação, ainda recebeu cota parlamentar: R$ 20.848,29.
Já Eduardo Bolsonaro está desde março, nos Estados Unidos e não tem registrado presença no plenário. Passado o período de licença formal, entre 18 de março e 20 de julho de 2025, ele voltou a acumular faltas não justificadas. O acúmulo pode levá-lo à perda automática do mandato, caso atinja o limite previsto pela Constituição. Segundo os registros, esse ponto deve ser alcançado apenas em 2026, assim como no caso de Ramagem e Zambelli.
Procuradas, as defesas dos parlamentares e a Câmara dos Deputados não responderam até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
Por Correio Braziliense